Robert Louis Stevenson escreveu e fez publicar em 1886 o seu romance gótico "O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde".
Entre nós, o Dr. António Costa, achando-se novelista de primeira apanha, tem vindo a publicar em fascículos e desde há sete anos, a sua versão portuguesa. Ainda sem título definitivo, bem poderá vir a ser "O estranho caso do Senhor Costa e do Chefe Costa".
Num fascículo anterior, já tinha contraposto as duas personagens e a forma de o leitor as diferenciar: pelo uso ou não da gravata - quando com gravata seria o Senhor (primeiro-ministro) Costa, se sem gravata era o Chefe (do PS) Costa.
Com e sem gravata. O estranho caso do Senhor Costa e do Chefe Costa.
Créditos: Fotografia António Cotrim/Lusa e Novo Semanário
No fascículo agora saído, a personagem viveu nova aventura: com gravata, dominado pela personalidade do Senhor Costa, escolheu (mal) os seus ministros e secretários de estado. Sem gravata, imbuído da personalidade do Chefe (do PS) Costa, vociferou contra o próprio partido (que os escolheu mal), contra os próprios (que não se denunciaram) e contra o PR (que deveria ter parte da responsabilidade).
Esquece-se António Costa que o romance gótico saiu de moda.
Não percebeu ainda que já não há pachorra para estes casos de desdobramento de personalidade!
Rodrigo Sousa-Pinto
Jurista
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