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Pedalar para a mobilidade urbana

Na semana passada demorei 1h50m de carro a fazer um percurso que habitualmente leva entre 25 a 30 minutos, devido à greve dos comboios.


Fala-se tanto de mobilidade, de como evitar emissões de CO2, vias alternativas rodoviárias… mas sinceramente faltam soluções que me parecem básicas e para as quais não vejo respostas concretas.


Vejamos os transportes públicos. São uma excelente opção, qualquer cidade grande europeia tem uma rede de transportes que funciona eficientemente e chega (quase) a todo o lado, sem haver a necessidade de levar carro para o trabalho.

Por outro lado, apostam na conexão entre vários tipos de transporte, ou seja, autocarros, comboios e metro funcionam com estações próximas e com a frequência de horários que permitem reduzir o tempo de deslocação.

Por exemplo, Amesterdão inaugurou no final de Janeiro um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 11.000 velocípedes a pedal, junto às estações Centrais de Metro e Comboios.


Locais como o Taguspark ou o Lagoas Park, onde se concentram muitas empresas, não têm opções fáceis para quem tem de (ou quer) se deslocar em transportes públicos: os autocarros são pouco frequentes e não fazem ligações eficientes com comboios/outras linhas. Colocar transportes gratuitos para os moradores do concelho, como fez Cascais, é uma ajuda, mas de que serve se em horas de ponta os autocarros passam de 20 em 20 minutos, e muitas vezes atrasados?


Criam-se ciclovias, pontos de aluguer de bicicletas e trotinetas, mas depois falta segurança (dos utilizadores e de quem anda na estrada, que nem sempre respeita os mesmos) e locais de “estacionamento” adequados que evitem o espalhar destes veículos por zonas menos próprias.


A UE decidiu acabar com os veículos com motor de combustão até 2035, não falta muito, são 12 anos! O preço dos carros Elétricos ainda é muito elevado (comparativamente com os a diesel e a gasolina) e não existem pontos de abastecimento suficientes para poder face à realidade atual, quanto mais futura - situação que espero que seja reconsiderada em breve.


Se eu tenho uma solução? Longe disso, mas acho que aos poucos, e com passos eficientes que efetivamente façam sentido para as pessoas, temos de lá chegar. Metros de Superfície, Conectividade, Horários mais frequentes, são temas que gostaria de ver abordados de uma forma mais séria, no curto prazo.

Joana Conceição

Economista

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