Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.
Esta frase icónica resume, em grande medida, a obra do famoso escritor inglês, George Orwell, o autor de outro livro mundialmente famoso, 1984.
Com o título original “Animal’s Farm”, foi escrito em 1945, numa sátira crítica à Revolução Comunista de 1917, na Rússia de Estaline.
Contudo, o seu teor, passados quase 80 anos, ainda se encontra muito atual.
A fábula conta a história de uma revolução. Os animais de uma quinta levam uma vida difícil, trabalham arduamente, em troca de escassas quantidades de ração. A ameaça de morte está sempre presente, seja por velhice, por esgotamento ou pelo lucro do proprietário da quinta.
Um belo dia os animais revoltam-se e expulsam o homem da quinta, movidos pelos valores da liberdade, da igualdade e da justiça. Mas rapidamente, os porcos tomam conta da quinta, menosprezando e explorando os outros animais, esquecendo completamente os ideais iniciais da revolta.
Os outros animais, menos inteligentes e de menores recursos, acabam por aceitar o novo poder, confiantes na mudança. Um dos porcos acaba por sucumbir às tentações do poder e torna-se o grande líder: é "Napoleão", um porco sem escrúpulos.
Durante algum tempo os animais conseguem viver felizes, sentindo-se livres e satisfeitos, uma vez que já não tinham de dividir os frutos do seu trabalho com os humanos. Mas os problemas começam a surgir. Como a maioria dos animais não aprendeu a ler, as regras da quinta vão sendo alteradas, à medida que Napoleão e seus assessores vão assumindo posições contrárias aos princípios que nortearam a revolução: os porcos começam a esquecer a igualdade de direitos e a justiça. Um dia, numa parede surge o slogan “todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros."
Nas últimas linhas do livro os porcos são descritos com traços humanos, feições da cara ou mesmo quando caminham
sobre duas patas. Os porcos tinham mudado e conseguiam mesmo assemelhar-se aos humanos. No fim, a magnífica fábula termina com uma sentença terrível: “já não era possível distinguir quem era homem e quem era porco”.
É uma obra que sugiro que todos leiam, principalmente os mais jovens.
Vítor Carmona
Militante de base do PSD de Oeiras e Gestor de Pessoas
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