O PSD não é de esquerda nem de direita. É apenas por Portugal!
- Fernando Santos
- 19 de mar.
- 3 min de leitura
Mais do que um partido profundamente ideológico, “procuramos, acima de tudo, defender os interesses de Portugal e dos portugueses, lutando por mais liberdade, mais justiça social e mais igualdade para todos."
Foi com esta frase que Francisco Sá Carneiro, no VI Congresso do PSD em 1978, descreveu a essência do PSD: um partido com um compromisso inabalável com a liberdade, a justiça social, a igualdade e um baluarte de pluralidade.

No PSD sempre coexistiram três sensibilidades políticas: social-democrata, liberal e popular.
A ala Social-democrata defende um Estado social forte, regulador, mas equilibrado com incentivos à economia de mercado. Inspirada no personalismo político, esta corrente defende que o desenvolvimento de um país deve ser medido pela dignidade e oportunidades que proporciona a cada um dos seus cidadãos.

Esta corrente afirma o PSD como um partido reformista, humanista, progressista e profundamente comprometido com a redistribuição de riqueza e o equilíbrio orçamental. Rejeita o imobilismo e os dogmatismos ideológicos e, como Karl Popper, argumenta que as instituições devem evoluir continuamente de forma a melhor servir os cidadãos e garantir um Estado mais eficiente na utilização dos recursos públicos e na promoção da justiça social.
Fortemente influenciada pela social-democracia alemã e pela economia social de mercado de Konrad Adenauer e Ludwig Erhard, distancia-se dos dogmas ideológicos da esquerda e da direita, assumindo-se como uma “terceira via” que equilibra políticas públicas estruturantes em áreas-chave como a saúde, educação e habitação, com crescimento económico e incentivos à iniciativa privada.
A ala Liberal defende um Estado menos interventivo na economia, promovendo um ambiente mais favorável à iniciativa privada. Esta corrente associa o desenvolvimento económico a uma maior liberdade dos agentes económicos, valorizando a inovação, o empreendedorismo e a liberalização dos mercados como forma de aumentar a competitividade, reduzir custos e incentivar a inovação e modernização da economia.

Influenciada pelo pensamento de Milton Friedman e Friedrich Hayek, mas sobretudo pelo legado da economia social de mercado de Ludwig Erhard, esta corrente procura equilibrar o crescimento económico com a redução de impostos e da despesa pública, sem descurar a importância da responsabilidade social.
Diferencia-se de um liberalismo puramente económico ao reconhecer que a redução do papel do Estado deve ser acompanhada de mecanismos eficazes que garantam a qualidade dos serviços públicos essenciais. Para isso assume uma abordagem pragmática que procura criar sinergias entre os sectores público e privado, de forma a estimular o investimento e a diminuir as desigualdades.
Por fim, a ala popular do PSD, ancorada nos valores da democracia cristã, desempenha um papel essencial na defesa da estabilidade institucional e da coesão social. Tem na família um pilar da sociedade e sustenta que a modernização do país deve respeitar a identidade nacional, promovendo a valorização da cultura, segurança e solidariedade intergeracional. Aproxima-se do conservadorismo social de Edmund Burke na defesa de instituições sólidas e mudanças graduais, mas distingue-se pelo papel activo do Estado na preservação dos valores identitários e culturais.

Esta visão apoia um Estado que, em cooperação com a sociedade civil, aposta no sector social, incentiva políticas familiares equilibradas e assegura que as mudanças ocorrem de forma sustentável e inclusiva. Assim, mantém um compromisso com a evolução das instituições, sem ceder a radicalismos ou ruturas abruptas, garantindo que o desenvolvimento económico e social se faz sempre com estabilidade e coesão.
No contexto europeu, embora defenda a soberania dos Estados membros, reconhece a importância da cooperação em áreas estratégicas, promovendo uma abordagem pragmática que assegure o equilíbrio entre integração europeia e autonomia nacional.
Não se pense que esta diversidade é sinónimo de fragilidade. A grandeza do PSD está precisamente na sua capacidade de integrar estas diferentes sensibilidades, garantindo que todos partilham um propósito comum: servir Portugal!
Unidade e pluralidade não são contradições. São a essência da “social-democracia à portuguesa” e a chave para o futuro de todos nós. Num período de polarização e incerteza, cabe ao PSD ser o pilar da estabilidade, da responsabilidade, da confiança e o porto de abrigo onde estas mundividências convergem para formular as soluções que irão contribuir para a melhoria das condições concretas de todos os cidadãos.
É por isso que o PSD não é de esquerda nem de direita. É apenas por Portugal. Um partido que une e inspira. E que, ao longo dos últimos 11 meses, com o seu programa e capacidade de concretizar, provou ao país ser a única força política preparada para governar.
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