No passado dia 8 de Maio 2023, pelas 17:30, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, reuniu-se uma multidão de pessoas, “a maior assistência a uma cerimónia de atribuição de condecorações, pelo menos nos meus 2 Anos de mandato” - assumiu o Presidente Carlos Moedas - para homenagear José Duarte de Almeida Pinho, personalidade ímpar e incontornável da Cultura, do país e da cidade de Lisboa a quem o executivo aprovou por unanimidade a atribuição de Medalha Municipal de Mérito Cultural, por se dedicar “há mais de duas décadas a estimular e inovar a democratização do acesso à cultura e à formação de públicos."
Dois dias depois, a 10 de Maio de 2023, foi distinguido pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa com o Grau de Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, como forma de “distinguir o seu mérito literário, científico e artístico”.
Conheci o José Pinho, a quem tenho a grande honra de chamar Amigo, em New Orleans em 2004, no âmbito de um certame internacional para o qual fui convidado e no qual ele também estava, então como Presidente da Wunderman. Desde então não mais lhe perdi o rasto e sou ainda seu sócio, como tantos outros, na sua Ler Devagar. Há pessoas cuja narrativa nos prende, que não deixam duvidas quanto ao seu talento e caráter extraordinário, pessoas que emanam uma luz própria que a todos contagia e o José Pinho é uma dessas pessoas.
Aquele brilho nos olhos com que partilha os seus sonhos, o sorriso cativante com que fala e acompanha sempre as suas ideias, a sua aparente ingénua crença de que nada é impossível e a sua desconcertante e incrível capacidade de o fazer mesmo acontecer, acompanhado do gigantismo da sua humildade e confiança desarmante nos outros, neste país de tantos “nãos”, de tantos espíritos “desconfiados”, deixam claro o extraordinário que é este homem nascido à 69 Anos numa aldeia do concelho de São Pedro do Sul.
“Não é apenas um reconhecimento do meu trabalho, mas das equipas com quem fui trabalhando. Não fiz nada sozinho”, disse José Pinho, mas foi ele o criador, coordenador e ainda responsável de alguns dos Festivais Literários de maior dimensão e abrangência nacional e internacional, como o FOLIO Festival Literário Internacional de Óbidos, Latitudes: Viagens e Viajantes e pelo Lisboa 5L.
Como editor e livreiro editou a revista literária de análise e crítica social Devagar (1989/1995), foi um dos fundadores da livraria Ler Devagar no Bairro Alto e que nos últimos 20 anos se foi instalando, recuperando e dando nova vida a diversos espaços e formatos na cidade de Lisboa, como a LX Factory, a Livraria Ferin, e onde os Portugueses, como disse o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, "encontraram mais do que livros, encontraram verdadeiros espaços de cultura e liberdade…levando mais longe a nossa literatura e os nossos escritores, a criatividade e o génio da Língua falada por 300 milhões de pessoas".
Presentemente está dedicado à criação do novo Centro Cultural e Social do Bairro Alto, uma sua ideia que congregará livrarias, galerias, estúdios de cinema e de gravação, salas de concertos e de artes performativas, num espaço cuja identidade lhe está tão próxima e que será uma nova referência da animação cultural e criativa da cidade de Lisboa.
Mas que aspeto particular me leva a trazer para aqui este homem da cultura e arte desta nossa pátria que é a língua portuguesa, para além de naturalmente partilhar e celebrar o seu valor e qualidade? Apenas algumas das palavras que frente aquela multidão honrada, agradecida e embevecida de amigos no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa proferiu – não sendo um homem de esquerda ou direita, não sendo do partido A ou B, curiosamente foi sempre junto de edilidades e entidades representadas pelo Partido Social Democrata que encontrou a resposta inicial aos seus desafios, aos seus sonhos e muito do apoio necessário para os concretizar.
Estas palavras públicas e sinceras, vindas de quem abnegadamente dedica a sua vida à causa da língua e cultura Portuguesa, divulgando-a, enaltecendo-a e democratizando-a, é prova concludente de que é do PSD que Portugal e os Portugueses, mais que nunca, necessitam para concretizar todo o potencial que merecemos, exatamente da mesma forma imparcial, isenta e justa como o fez a com este menino de uma aldeia de S. Pedro do Sul, a quem apenas pelo seu crer e querer nenhum sonho foi negado!
Vitor Gandarela Vasques
CEO Co-Up | Business Activation
Comentários