Numa entrevista recente ao jornal Expresso, o atual Presidente da Câmara de Oeiras afirmou "Às vezes olho para o Marquês de Pombal e pergunto-lhe: Se tivesses uma coisa destas o que fazias? E ele diz-me: Faz maior".
E de facto o atual executivo parece levar este conselho à risca. Quer seja no Espargal, onde já depois da venda dos terrenos das antigas oficinas camarárias a um privado, decidiu alterar a respetiva unidade de execução, à revelia dos legítimos interesses da população, para permitir a construção de duas torres de 19 andares; quer seja nos empreendimentos projetados pelo próprio Município, como é exemplo o futuro Fórum Municipal de Oeiras.
Trata-se de uma mega construção com 17 pisos acima do solo, que irá albergar todos os serviços municipais, acolher diariamente cerca de 1000 trabalhadores, assim como todos aqueles que necessitem de aí se deslocar para serem atendidos.
Entendemos que o enquadramento urbanístico não é a melhor escolha para um edifício desta dimensão. Para além de estar implantado numa praceta residencial com edifícios de 5 pisos acima do solo, basta passar hoje por essa zona nas horas de ponta para facilmente constatar que esta área não é servida por uma rede viária ou de transportes públicos minimamente adequadas para uma infraestrutura e um fluxo de pessoas desta envergadura.
A ter que se construir uma nova sede com estas proporções e impacto, o local que mais sentido faria seria o Taguspark, uma vez que se trata da única área de concelho com a capacidade e as infraestruturas necessárias para receber um equipamento público desta natureza. Bastava para tal que a autarquia investisse num adequado plano de mobilidade intermunicipal que tanta falta faz a Oeiras.
A construção do Fórum Municipal no Taguspark traria também a vantagem de poder ser projetado como um verdadeiro Campus, com vários edifícios de menor volumetria, interligados entre si e com os espaços verdes e de lazer envolventes.
Para além de uma potencial poupança no custo da obra, que de 28M iniciais já derrapou para os 60M, a Câmara de Oeiras teria a oportunidade de oferecer aos seus trabalhadores condições de trabalho dignas, promotoras da sua qualidade de vida e da sua felicidade, ao mesmo tempo que daria um passo importante rumo à modernidade... Ao invés, ficaremos, nas palavras do próprio presidente da autarquia, "gloriosamente esmagados" por mais uma obra faraónica!
Fernando Santos
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